Brasil

Sexta-feira, 03 de Janeiro de 2020

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1. População aprova Moro, mas reprova STF e Bolsonaro

A popularidade do ministro da Justiça, Sergio Moro, eleito pelo Financial Times como uma das 50 personalidades mundiais de destaque nos anos 2010, ofusca avaliações obtidas em pesquisas sobre o próprio presidente da República e o STF (Supremo Tribunal Federal), segundo o Datafolha. O ex-juiz da Lava Jato obteve 53% de ótimo e bom na avaliação dos entrevistados. Outros 23% o consideram regular e 21%, ruim e péssimo. Jair Bolsonaro tem indicadores bem mais modestos, com 30% de ótimo e bom, 32% de regular e 36% de ruim e péssimo. Quando se compara a popularidade de Moro com a de uma instituição que esteve em destaque na mídia, como o STF, os dados continuam favoráveis ao ministro: 39% reprovam o trabalho desempenhado pela mais alta Corte do país. Para 38% da população, a atuação é regular e apenas 19% consideram o trabalho ótimo ou bom. Questionado sobre o cenário eleitoral no final de seu mandato, em 2022, o presidente, que classificara Moro antes do Natal como um vice imbatível, disse a jornalistas que o ex-juiz “é adorado no Brasil e que tem um potencial enorme”. Saiba mais sobre o cenário eleitoral para 2022 no Brasilia Report.

Folha de S.Paulo: STF e Bolsonaro são menos populares do que Moro
Folha de S.Paulo: Moro é o ministro mais bem avaliado do governo

2. Aumento de empregos na indústria é o maior desde 2015 

A indústria de transformação registrou aumento do número de empregados no terceiro trimestre de 2019, para 10,7 milhões de profissionais, e começou a reagir. O contingente de trabalhadores com emprego é 1,3% maior do que o verificado em 2018 e o maior nível desde 2015, quando 11,5 milhões de pessoas ocupavam vagas. O aumento dos empregos se deveu principalmente aos setores de alimentos, têxtil e de manutenção e instalação de máquinas e equipamentos, que abriram 189 mil empregos com registro em carteira. O retorno de investimentos, ainda lento, é apontado por analistas como principal fator do aumento das contratações. Também o novo modelo de emprego criado na Reforma Trabalhista, com prestação não continuada de serviços, aqueceu o mercado. Segundo a consultoria IDados, responsável pelo levantamento setorial, 2019 deve registrar a criação de 900 mil vagas formais em todos setores da economia, pouco abaixo do saldo calculado pelo governo até novembro, de 948,3 mil postos, pois tradicionalmente em dezembro ocorrem demissões. A taxa de desemprego deve ficar em 11,2% em 2019 e cair para 10,7% em 2020.

O Estado de S. Paulo: Taxa de emprego na indústria é a maior desde 2015

3. Bolsa encerra 2019 com o melhor resultado desde 2016 

A Bolsa de Valores encerrou 2019 com alta de 31,58%, o melhor resultado dos últimos três anos. Segundo analistas, a performance só foi alcançada devido ao ingresso de maior número de pequenos investidores ao mercado de ações. O Ibovespa atingiu inéditos 117 mil pontos em dezembro, mas fechou em 115 mil após os dois últimos pregões. O ano passado foi o quarto consecutivo de resultado positivo da Bolsa de Valores. Em 2015, caiu 13,31%, mas reagiu e subiu 38,94% em 2016, 26,86% em 2017 e 15,03% em 2018. Das 68 ações que compõem o Ibovespa, apenas seis fecharam 2019 com queda acumulada. Segundo especialistas, a queda da taxa básica de juros para a mínima histórica de 4,5% ao ano, somada à retomada do crescimento e aprovação da Reforma da Previdência, elevaram o otimismo de investidores. Ontem, primeiro dia de operações do ano, a Bolsa bateu novo recorde e atingiu 118,5 mil pontos, elevação de 2,53% na máxima.

Valor Econômico: Ibovespa de 2019 com rentabilidade de 31,58%
O Estado de S.Paulo: Bolsa bate novo recorde no 1º dia de operações
Folha de S.Paulo: Brasileiros garantem alta da Bolsa

4. Brasil cai no ranking latino de crescimento da economia

O Brasil caiu uma posição nas estimativas de crescimento econômico na América Latina, segundo ranking da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe). Segundo relatório da entidade, ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), a região deverá ter outro ano de baixa performance positiva. Conforme as estimativas, o Brasil cairá do quarto para o quinto lugar em elevação do PIB (Produto Interno Bruto) no ranking, com 1,7% em 2020, abaixo de Colômbia (3,5%), Peru (3,2%), Bolívia (3%) e Paraguai (3%). Em termos gerais, previsão de crescimento é de 1,3% na América Latina e de 1,2% no continente sul-americano. Este ano será o sétimo consecutivo de crescimento abaixo de 2%. Além disso, há o risco de novos protestos emergirem, o que pode minar ainda mais investimentos e atividade econômica. “A última vez em que a América Latina cresceu mais de 2% foi em 2013”, afirma Alberto Ramos, do Goldman Sachs, que prevê 1,7% de expansão para este ano. Protestos no Chile, Colômbia e Equador, assim como crises políticas na Bolívia e no Peru e situação da Argentina aumentaram o nível de incerteza na região a um patamar historicamente alto. Para a consultoria Capital Economics, as eleições municipais no Brasil tornam o cenário político ainda mais incerto, assim como em outros países, como Peru, Bolívia e Chile.

Valor Econômico: Brasil deve cair no ranking latino de crescimento

5. Preço da carne obriga governo a rever o salário mínimo

A explosiva alta do preço da carne bovina no mercado interno forçou o presidente Jair Bolsonaro a reajustar o salário mínimo deste ano acima do valor que pretendia. O piso, que era de R$ 998, passou para R$ 1.039, R$ 8 a mais do que o previsto no Orçamento federal para 2020. Bolsonaro autorizou o novo valor por meio de Medida Provisória publicada em edição extra do Diário Oficial da União na terça. Segundo o Ministério da Economia, a alta do preço da carne pressionou a inflação e gerou uma expectativa de alta. Cálculos do governo apontam que os R$ 8 de diferença devem impactar as contas públicas em R$ 2,4 bilhões. Segundo Paulo Guedes, ministro da Economia, é preciso ponderar que reajustes no piso salarial podem também “alimentar o desemprego”, pois um salário custa o dobro para o empregador. Questionado, Bolsonaro não respondeu aos jornalistas e disse que não falaria com a imprensa para “começar bem o ano”.

O Estado de S. Paulo: Preço da carne obriga governo a rever aumento do mínimo

Brasilia Report

Acesse aqui o Brasilia Report, análise preparada pelo Consultor Sênior da JeffreyGroup em Brasília, Gustavo Krieger.