Brasil

14 de junho de 2024

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1. IPCA sobe 0,46% em maio, sofrendo impacto das chuvas no Rio Grande do Sul

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação no Brasil, registrou em maio um aumento de 0,46%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na terça-feira (11). A elevação foi impulsionada principalmente pelo grupo de Alimentação e Bebidas, que subiu 0,62% em relação a abril – com destaque para os tubérculos, raízes e legumes, especialmente a batata, que teve um aumento expressivo de 20,61% em um mês.

As enchentes históricas no Rio Grande do Sul também contribuíram para o aumento da inflação, refletindo-se no IPCA – dado o peso significativo de Porto Alegre, que representa 8,61% da inflação nacional. Comparado a abril, quando o índice foi de 0,38%, houve uma aceleração da inflação: no acumulado do ano, a inflação chega a 2,27% e, nos últimos 12 meses, a 3,93%, marcando a primeira aceleração anual desde outubro do ano passado. 

Apesar do aumento, a inflação ainda permanece dentro da meta do Banco Central para 2024, que varia entre 1,5% e 4,5%.

G1: IPCA: preços sobem 0,46% em maio, com alta forte dos alimentos e já sentindo efeitos das chuvas no RS
Valor: IPCA sobe 0,46% em maio e fica acima do esperado

2. STF determina correção do FGTS com reposição da inflação

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a correção das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) deve garantir, no mínimo, a reposição da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A decisão, tomada na quarta-feira (12), visa assegurar que a remuneração das contas dos trabalhadores vinculadas ao fundo acompanhe a inflação.

A decisão será aplicada aos saldos existentes nas contas do FGTS a partir da data de publicação da ata do julgamento, que ocorrerá nos próximos dias. A proposta, apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU) em conjunto com centrais sindicais, define que a correção futura das contas do FGTS deve garantir, pelo menos, o índice oficial da inflação, ajustando os valores de acordo com o IPCA.

CNN Brasil: STF decide que correção do FGTS deve garantir a reposição da inflação
Folha de S.P: Entenda como fica a correção do FGTS com a decisão do STF

3. Vendas no varejo cresceram 0,9% em abril, impulsionadas por supermercados e alimentos

As vendas no setor varejista cresceram 0,9% em abril, marcando o quarto mês consecutivo de alta e acumulando um crescimento de 4,9% no ano e 2,7% nos últimos 12 meses, conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE na quinta-feira (13). O crescimento foi impulsionado principalmente pelos setores de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que avançaram 1,5%, e equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que cresceram 14,2%.

Além desses, o setor de móveis e eletrodomésticos também apresentou recuperação com um aumento de 2,4%, após uma queda em março. As vendas de combustíveis e lubrificantes registraram a primeira alta do ano com 2,2%, e o segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria teve um crescimento de 0,6%, acumulando um ganho de 13,8% no ano. Em contraste, as vendas de livros, jornais, revistas e papelaria caíram 0,4%, e tecidos, vestuário e calçados recuaram 0,7%. 

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, houve uma queda de 1,0%. Em comparação a abril de 2023, as vendas no varejo cresceram 2,2%, com aumentos em seis dos oito setores analisados.

Exame: Puxado por supermercados e alimentos, vendas no varejo sobem 0,9% em abril, diz IBGE
O Globo: Comércio tem quarta alta consecutiva e acumula crescimento de 4,9% de janeiro a abril

4. Devido à percepção de risco, mercado enfrenta incertezas em relação à taxa Selic

A deterioração na percepção de risco no Brasil levou o mercado a prever uma elevação na taxa Selic, que pode superar 11% até o fim do ano. O aumento das taxas futuras reflete a exigência de maiores prêmios de risco e o desconforto dos investidores com a condução da política fiscal, precificando uma Selic entre 11,25% e 11,5% em dezembro e cerca de 12% no final de 2025. Atualmente, a taxa está em 10,50% ao ano.

A percepção de risco foi intensificada pelas recentes derrotas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em aumentar a arrecadação, elevando o risco fiscal. Analistas indicam que a probabilidade de novos cortes na Selic diminuiu, com algumas instituições – como Itaú e XP – não prevendo cortes nem mesmo em 2025. Em meio às expectativas de inflação crescentes, atividade econômica resiliente e maiores incertezas doméstica e externa, os economistas entendem não haver mais espaço para cortes adicionais de juros.

Folha de S.P: Com aumento do risco fiscal, mercado prevê manutenção da Selic em 10,50%
Valor: Piora da percepção de risco leva mercado a precificar Selic acima de 11% até o fim do ano

5. Safra de grãos no Brasil deve cair 7% por causa de impactos climáticos

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a safra brasileira de grãos de 2024 será de 297,54 milhões de toneladas, uma queda de 7% em comparação ao ano anterior. A redução, que equivale a 22,27 milhões de toneladas a menos, é atribuída aos impactos climáticos, incluindo o fenômeno El Niño (em 2023) e as inundações no Rio Grande do Sul, que afetaram culturas como arroz e soja. A pesquisa foi realizada na última semana de maio, ou seja, após o pico das inundações que devastaram a maior parte dos municípios do Rio Grande do Sul.

A produção de soja, estimada em 147,3 milhões de toneladas, deve sofrer uma redução de 4,7%. A colheita de milho, entretanto, deve aumentar em 2,5 milhões, totalizando 114,14 milhões de toneladas. 

A Conab ajustou sua estimativa para a produção de arroz, reduzindo-a para 10,4 milhões de toneladas, mas ainda espera um aumento de 4,3% na produção nacional. Apesar dos desafios climáticos, os resultados são considerados satisfatórios, demonstrando a capacidade técnica dos produtores brasileiros de estarem preparados para diversas situações de cultivo.

O Globo: Estimada em 297,5 milhões de toneladas, safra de grãos deve cair 7% este ano
UOL: 9ª pesquisa da Conab indica queda na safra de grãos, para 297,54 milhões de toneladas