Brasil
26 de julho de 2024
1. IPCA-15: inflação em julho é impulsionada por transportes e combustíveis
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado a prévia da inflação oficial do Brasil – subiu 0,30% em julho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este aumento foi puxado principalmente pelo grupo de Transportes, que registrou uma alta de 1,12%, contribuindo com 0,23 ponto percentual (p.p.) do índice geral. A passagem aérea, com um aumento de 19,21%, adicionou 0,12 p.p., enquanto a gasolina subiu 1,43%, impactando em 0,07 p.p.
Comparado a junho, quando o IPCA-15 subiu 0,39%, houve uma desaceleração de 0,09 p.p. – resultado acima da projeção do mercado, que esperava um avanço de 0,23% para o mês de julho.
No acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresentou uma alta de 4,45%, superando a expectativa do mercado de 4,38%. No ano, a inflação acumula até agora um aumento de 2,82%.
G1: IPCA-15: preços sobem 0,30% em julho, com altas de passagem aérea e combustíveis
Folha: Inflação medida pelo IPCA-15 desacelera para 0,30%, mas fica acima das expectativas
2. Número de brasileiros com fome cai para 8,4 milhões, aponta relatório da ONU
O número de brasileiros passando fome caiu para 8,4 milhões entre 2021 e 2023, representando 3,9% da população, segundo um relatório divulgado por cinco agências especializadas da ONU. Este valor é inferior ao registrado no período de 2020 a 2022, quando 10,1 milhões de pessoas, ou 4,7% da população, enfrentavam a fome.
Além da redução da fome extrema, 31 milhões de brasileiros saíram da condição de insegurança alimentar moderada ou grave. O avanço, porém, não foi suficiente para tirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU – que inclui países com mais de 2,5% da população subnutrida. Para sair do Mapa, o país precisa manter uma taxa de subnutrição inferior a 2,5% por três anos consecutivos – o Brasil estava fora da classificação desde o triênio de 2014 a 2016, mas retornou durante o período da pandemia.
Em resposta a esse desafio, o Brasil lidera a Aliança Global contra a Fome no G20. O país deverá arcar com cerca de US$ 9 a 10 milhões, o equivalente à metade do investimento previsto entre US$ 18 milhões e US$ 20 milhões até 2030. A aliança é a principal iniciativa da presidência brasileira no G20 para combater a insegurança alimentar.
O Globo: Número de brasileiros com fome cai para 8,4 milhões, diz ONU
O Globo: Brasil deve arcar com até US$ 10 milhões, metade do valor para custear a Aliança Global contra a Fome
3. Crédito imobiliário cresce 30% no primeiro semestre, com impulso do FGTS
Os financiamentos imobiliários no Brasil somaram R$ 149 bilhões no primeiro semestre de 2024, um aumento de 30% em relação ao mesmo período de 2023, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
O crédito imobiliário com recursos da poupança (SBPE) alcançou R$ 82,1 bilhões, representando uma elevação de 7%. Em contrapartida, os financiamentos via Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) cresceram 75%, totalizando R$ 67,2 bilhões, impulsionados pela retomada do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV).
A Abecip prevê que, em 2024, o crédito imobiliário com recursos da poupança crescerá 7,6%, atingindo R$ 164 bilhões, possivelmente figurando entre os três melhores resultados históricos. Se essas projeções se confirmarem, o volume total de empréstimos (SBPE e FGTS) deverá alcançar cerca de R$ 270 bilhões em 2024, uma alta de 7,8% em relação a 2023.
Valor: Crédito imobiliário cresce 30% no 1º semestre, puxado por recursos do FGTS
4. IPOs globais caem no primeiro semestre, mas Américas registram crescimento
As ofertas iniciais de ações (IPOs) globais diminuíram no primeiro semestre de 2024, tanto em volume quanto em número de operações, de acordo com um estudo da consultoria EY. O número de IPOs caiu 12% – de 624 para 551 – e a captação de recursos diminuiu 16% – de US$ 62,5 bilhões para US$ 52,2 bilhões. Esta queda foi mais acentuada na região Ásia-Pacífico, onde houve uma redução de 43% no número de IPOs e 73% na arrecadação, influenciada por tensões geopolíticas e abrandamento econômico.
Em contraste, nas Américas, o número de IPOs aumentou 12%, totalizando 86 operações, e a arrecadação subiu 67%, alcançando US$ 17,8 bilhões. O Brasil, porém, não contribuiu para esse crescimento, permanecendo sem novas listagens na bolsa de valores por dois anos consecutivos. A expectativa é que o mercado brasileiro retome as IPOs potencialmente no final de 2024 ou em 2025, à medida que os mercados globais se recuperem.
Valor: IPOs no mundo encolhem no 1° semestre, mas volume nas Américas cresce
5. Apagão cibernético global pode gerar sinistros de US$ 1 bilhão para seguradoras
A indústria de seguros está se preparando para possíveis sinistros bilionários, após o apagão cibernético global, ocorrido na sexta-feira passada (19), que revelou vulnerabilidades críticas em uma economia global dependente de poucas plataformas de software. Uma atualização defeituosa da empresa de segurança CrowdStrike desencadeou o caos em setores como companhias aéreas e varejo, afetando mais de 8 milhões de dispositivos Windows.
Especialistas em cibersegurança alertam que o incidente destaca a natureza sistêmica do risco cibernético, demonstrando que uma simples atualização de software pode causar tantos problemas quanto um ataque cibernético malicioso. Embora algumas seguradoras ainda considerem cedo para estimar o sinistro, estimativas iniciais sugerem perdas acima de US$ 1 bilhão.
As seguradoras aguardam uma onda de reivindicações, principalmente relacionadas a interrupções de negócios e paralisações de sistemas, enquanto o impacto total do apagão ainda está sendo avaliado.
Folha/Financial Times: Seguradoras podem enfrentar sinistro de US$ 1 bilhão por apagão global