Caso Vini Jr: conversas sobre racismo crescem mais de 2.000% nas rede sociais

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Levantamentos da JeffreyGroup analisa a repercussão do caso envolvendo o jogador do Real Madrid nas plataformas digitais e imprensa; já a Teads indica que marcas podem ser agentes de transformação

No último domingo, 21, o jogador brasileiro Vinicius Jr, do Real Madrid, foi alvo de ofensas racistas por parte da torcida do Valencia em partida do campeonato espanhol entre os dois times. O caso fomentou discussões nas redes sociais, levando a um aumento de cerca de 2.289% nas conversas sobre racismo.

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As informações são de uma pesquisa do time de Insights & Analysis da JeffreyGroup, que analisou mais de 540 mil publicações e posts registrados entre os dias 21 e 22 de maio. A comparação foi feita com 22,6 mil, nos dois dias que antecederam o ocorrido. O ápice do debate ocorreu no próprio domingo. Foram mais de 313 mil posts, contra 216 mil no dia seguinte, uma queda de 31%.

No Brasil, entre segunda-feira e terça-feira, manifestações sobre racismo representaram 95,8% do total das conversas relacionadas a discriminação e desigualdades publicadas não só em redes sociais, mas também entre as temáticas repercutidas pela imprensa. Entre os usuários que se posicionaram em mídias sociais estão figuras políticas. 160 comentários vieram de ministros, senadores, deputados e, inclusive, do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

Os veículos tiveram uma reação contrária à dos usuários. No dia em que o caso com Vini Jr. aconteceu, as matérias publicadas na Internet chegaram a 3,1 mil, enquanto 24h depois o número subiu para 6,2 mil. Contudo, o número mais expressivo (98%) foi reservado às redes sociais. Canais de notícia representaram apenas 2% do total de publicações (10,8 mil).

A companhia levantou dados sobre conteúdos postados nos dias 14 e 15 de maio. Ainda que discussões em torno de discriminação e desigualdades tivesse um número considerável (23,4 mil matérias e postagens), a quantidade mais expressiva foi movida pelo ocorrido com o jogador Vini Jr, com um crescimento de visibilidade de 2.208%.

O estudo abrangeu não só o Brasil, mas mais de 20 países. A JeffreyGroup constatou que a Argentina recebeu destaque, com 2.041% a mais de conversas sobre racismo (passando de 3,2 mil para cerca de 68,5 mil). Ademais, o México registrou um aumento de 869%, chegando a 34,9 mil menções.

O racismo na publicidade

O episódio no futebol espanhol também dá a luz ao posicionamento da publicidade frente ao racismo.

A Teads divulgou uma pesquisa que mostra que 36% dos respondentes acreditam que a publicidade pode ser racista (contra 45,3% que pensam o contrário). Ao todo, foram ouvidos 622 indivíduos. Ademais, 71,9% deles já deixaram de adquirir produtos e serviços de uma determinada marca que tem práticas discriminatórias.

Grande parte da amostra (83,7%) disse que já ter percebido alguma forma de racismo na mídia. Entre os destaques está o entretenimento, em conteúdos como novelas e reality shows, com menção de 28,4% dos entrevistados. Sete em cada 10 consumidores enxergam a mídia como um agente importante na perpetuação do quadro.

38,5% apontam que isso acontece por meio da estereotipação de pessoas não brancas. Já 39% alertaram para a falta de diversidade de pessoas na produção de conteúdo tanto on-line, quanto off-line.

Contudo, outro ponto de conclusão do levantamento é de que as empresas podem ser agentes de mudança. 73,3% das pessoas entrevistadas acreditam que as empresas precisam ter uma maior preocupação em promover diversidade em inclusão na sociedade. Há um destaque para os Boomers, que lidera a questão com 78,2%.

Leia a matéria original em Meio & Mensagem.